quarta-feira, julho 29, 2009

Porque amei alguém...

- Mas tu ama-lo?

- Não sei se não o odeio. Estou doente… E eu odeio estar como estou!!
Quero ser eu, eu e eu! Não quero que me tirem aquilo que eu sou!!
Será que ninguém percebe???! Eu tento ser eu, e tento ser feliz!..Já são dois
Esforços muito grandes para mim sozinha, não?!
Esquece…vês? …mas é assim que ele me consegue deixar.

- :( Não penses assim…

- Não penso. É assim que eu me sinto…

terça-feira, junho 30, 2009

O que vês na escuridão?? Em que sentimentos tropeças?

Esta ansiedade que me faz tropeçar em sentimentos que já não sei a quem pertencem, faz ainda anoitecer o meu coração...

Doi-me falar, com os nós que trago atravessados na garganta,
E a tua negra indiferença só me deixa escrever o que trago abafado, e quase a morrer...
Porque apenas teimas em seres tu,
esse pedestal intocável e inacessível em que te tornaste!
Na santa inutilidade em que tornaste a vida e o verbo amar,
conseguiste deixar para trás, e nas trevas, alguém: eu.

Onde foste arrancar esse poder?
Conseguiste, finalmente, a tua torre de menagem? Ou preferiste ficar, eternamente, encerrado na tua masmorra?!

Está escuro...perdi de vista o mistério e a ternura do teu olhar,
e voltei a tropeçar nesse sentimento que um dia me levou até ti,
e que agora apenas serve para tornar o meu caminho mais cansado e triste...
Tropeço e dou cabeçadas. Apenas se veem estilhaços de coração,
que estão agora espalhados, e rasgam estes pés que juraram jamais pisar aquilo que já se partiu,
que já não parece ter cura, que vai adoecendo no coração até morrer: doente de amor??

Ainda me lembro do dia em que me perdi na escuridão.
Recordo ainda o dia em que te perdi...
Ainda me lembro de tentar guardar com cuidado,
os restos de mim que se partiam, se perdiam...até que a Soberania da escuridão me fez definitavemente perder de vista o chão que pisava...e os meus olhos anoiteceram em lágrimas...

A partir desse dia, como me lembro!,
tentei rcompor cada pedaço de mim,
voltar a conquistar o meu chão e a minha luz!...mas tu não deixaste, e a negra indiferença da tua masmorra, até hoje, fez crescer a muralha arruinada que agora me sinto.
Como podes ser tão cruel?...
Já que não deixaste que fosse princesa no teu castelo,
porque não me deixas apenas erguer um castelo de faz-de-conta, onde me possa defender?!
É que se ainda, pelo menos, fosses pedra no meu caminho, servir-me-ias de algo...
Agora assim, enclausurado na tua frieza, simplesmente não consigo ver-te, e perco-te cada vez mais, e eu cada vez sou mais ruína.

Foste tu quem partiu o meu telhado de vidro,
e o meu esforço em reconstrui-lo de novo foi em vão.
Nesse palácio de cristal onde morávamos outrora,
hoje apenas existem ruínas, estilhaços, sombras e muitos medos...
Lá, vivem agora gritos de um coração, sozinho e destruído,
que não sabe andar pela escuridão, mas vive infernizado por sombras de alguém...

Não te peço que desças daí!
Deixa-te estar na tua jaula,
masmorra de ti, e que embora te proteja dos outros,
não te afasta da tua pessoa, nem da falsa criatura em que te tornaste!
Eu?
Eu talvez também permaneça por aqui perto...não sei, andarei e tropeçarei por aí, de certo.
Afinal tu já não te perdes, aí fechado,
se calhar não devo mesmo preocupar-me mais contigo...tu não te abalarás.


E uma brisa suave te encontrará um dia, nem que seja muito subtil, quase ao jeito da poesia...
e contar-te-á todos aqueles segredos que nunca chegaste a descobrir comigo, porque roubaste o ar do último suspiro que dei contigo, por amor.

segunda-feira, maio 11, 2009

Se há dúvidas quanto ao sorriso

Para quem tinha dúvidas relativamente à saludar presença do sorriso no nosso dia a dia, queira clicar sobre o título deste post, e retirar as suas devidas conclusões! :)))


P.S. Sorry, a small mistake...still laughing by this interview! :D hahahahaa

Sorrir faz bem à saúde :)

Alguém me disse um dia que “um sorriso vale mais que mil palavras”…ou terei lido isso numa qualquer leitura semanal de casa de banho?...Já não o sei ao certo. Não, e não é por isso que uso gloss ou baton, até porque julgo que um sorriso completo, se assim lhe posso chamar, será mais do que forçar uns lábios abrilhantados numa orientação vertical, no sentido ascendente, sem que se mostre, efectivamente, a fantástica cremalheira.
Na verdade, um sorriso poderá, eventualmente, adquirir muitos significados. Neste sentido, é de todo pertinente falar em contextos.
Lembro-me, por exemplo, do sorriso celestial e autêntico, como um bálsamo para alguma alegria breve, que me esboçou um amigo quando me lamentava, triste, na sua frente…afinal um sorriso vale mais que mil gestos. Ou então, lembro-me ainda do irónico e repreensivo sorriso que esboçou a minha professora primária quando me apanhou, em flagrante, a fazer asneirada da grossa! Claro está que, logo em seguida, obtive o resultado deste mesmo sorriso através de um recado escrito na caderneta escolar, dirigido aos meus pais.
A esta altura, imagino que também alguém sorri enquanto lê estas palavras, e enquanto imagina, também, muitos dos sorrisos que lhe passaram pela frente.
Inevitavelmente dou comigo a pensar que a reacção ou o acto de sorrir está inerente à condição humana e, neste sentido, deve constituir-se numa forma de expressão, numa espécie de catarse sem a qual não poderemos viver saudavelmente.
Nestas divagações, acabei por me recordar de um outro sorriso chamado de “sorriso forçado”, ou como outros lhe poderão chamar: o “sorriso amarelo”. Tendo em conta o nível de stress na sociedade actual, e o seu encanto pelo cinismo, passando a ironia, parece-me que este sorriso deveria de ser o mais bem cotado na tabela de classificações dos sorrisos diários! É aquele “tipo de sorriso” ao qual todos nós já nos habituámos, de uma forma ou de outra e que, até para não fugir às tendências da moda, todos acabamos por esboça-lo um dia.
Feliz, ou infelizmente, sorrindo ou franzindo o sobrolho, vamos todos tentando obter o sorriso mais adequado, de forma a melhor transmitirmos o nosso estado de espírito, às vezes até num acto inconsciente. Daí que me pareça ser inegável que um sorriso seja, de facto, uma das formas de expressão mais comuns e quotidianas e que, a ausência ou presença do mesmo adquire uma enorme importância, reflectindo-se ao nível das nossas relações diárias, e nos mais variados contextos. E, se é um facto que as primeiras impressões assumem um peso fundamental na nossa sociedade, o sorriso deve ser um dos principais factores a contribuir para a nossa aceitação e aprovação no mundo actual.
Entretanto, e enquanto relia o que escrevi, dei por mim a sorrir, lembrando-me que, embora não tendo escrito mil palavras, poderia escrever umas dez mil palavras pois julgo que jamais conseguiria poder definir por completo o que é sentir um belo e genuíno sorriso!


Sorriso = simples e belo gesto = simpatia = menor alvo de intriga entre a sociedade = descanso interior = posterior sorriso de satisfação!


Vá lá, faça um sorriso! Vai ver que não dói nada (até os mais preguiçosos conseguem) e, tendo em conta a frequente retribuição, vai fazer sorrir também! (excepto se estivermos a falar na maioria dos serviços públicos…infelizmente, é um facto…)
E pense que é sempre uma mais valia, tendo em conta que não precisa de se preocupar com o seu complexo dentário e, simultaneamente, não terá de levar com o mau hálito alheio, visto que o sorriso, em muitas ocasiões, poderá não necessitar de qualquer palavrinha sequer! :)

Mente vs. Físico (Será que o físico mente? E será que a mente, fisicamente, existe?)

O que tem mais força no ser humano, o que está mais presente: a mente ou o físico?

EfectivaMENTE, a mente está, realMENTE, muito presente na nossa sociedade portuguesa, ainda que seja só como sufixo dos advérbios de modo que utilizamos frequenteMENTE. Ops! E lá foi mais um...
Contudo, não se trata dessa "mente" aquela a que eu aqui me refiro, mas sim a um conjunto de capacidades intelectuais que nos caracterizam enquanto indivíduos, enquanto pessoas. (Perdoem-me a enfadonha e até redutora conceptualização, mas havia de ter de faze-la para que a mente se tornasse menos ambígua...se é que isso possa ser possível.) É um facto que, quando falamos da mente (não confundir com falar demente...) como substantivo abstracto, não poderemos esquecer-nos de um certo constrangimento conceptual , onde se torna difícil definir com clareza este termo. Ainda assim, e de forma sucinta, atrever-me-ía a definir a mente humana como a nuvem inconstante onde vagueiam o nosso conjunto de pensamentos, valores, opiniões, regras que, consequentemente, foram assimiladas pelo nosso fabuloso sistema nervoso central e, portanto, por essa bela máquina intelectual: o cérebro.
Mas, e isto não é de todo uma novidade, o ser humano não é estritamente racional, e comporta também uma vertente física. Ainda mais, se é verdade que ambas as componentes, intelectual e física, estão provada e intimamente relacionadas, também não será menos verdade que uma se destaque da outra, numa ou noutra ocasião.
Proponho então que punhamos a cabeça de um humano sobre um dos lados da mesa (se a vossa mente achar mais fácil, contratem um celta para esta fase, por exemplo...) e, do lado oposto da mesma mesa, ponha-se o resto do mesmo corpo humano, membros e afins, e que comece o "braço de ferro"!!!
Somos racionais, e não raras vezes temos orgulho de nos assumirmos como tais. Mas o desejo de poder controlar apenas intelectual e racionalmente o "eu" e o mundo só nos levou e levará ao fracasso total e, eventualmente, pode até revelar-se num caso patológico sem reverso...
O leitor pode então questionar-se: "mas afinal quem ganha?", e se isto aconteceu foi porque ainda não percebeu que o meu ponto de vista acredita que o equilíbrio de cada pessoa resulta desse mesmo "braço de ferro", desse luta de forças constante entre a razão e a emoção, entre o racional e o físico, entre o cumprimento das regras e a anarquia... E só para que o leitor constate que esta luta continua, aqui estou eu , uma vez mais a olhar e a venerar um fantástico bolo que está na minha frente, e já o faço desde o primeiro momento em que comecei a escrever este texto! O meu cérebro dá-me luta desde que digito as primeiras palavras desta reflexão! Susurra-me, bem baixinho, as regras de uma alimentação saudável...as 350 kilocalorias que compõe aquele pastel de nata...e os quantos minutos de ginásio necessários para voltar a perder essas mesmas calorias!...e, nesta altura, o cérebro já se cansou de tanto pensar!
No entanto, o seu "NÃO AO BOLO" é evidente!
Mas, enquanto escrevi isto, uns largos minutos se passaram e...posso dizer, ainda com migalhas no canto da boca, que o bolo, esse, "já cá canta"!
Afinal não custou assim tanto, foi só levantar-me, dar dois passos, esticar o braço e, em instantes, já estava a saboreá-lo. Final da guerrilha!! E o físico, desta vez, foi quem ganhou. (teria mesmo sido?!) E de que maneira! Pois o pastel estava uma delícia e, tendo em conta a dose de açúcar, acho que o meu cérebro também não ficou a perder! :)

quinta-feira, novembro 13, 2008

Não tenho paciência para adultos...

Não tenho paciência para adultos, pr'aqueles que julgam ser donos da razão, e que perdem tempo em ser razoáveis e racionais.
Estou farta de falsos discursos, de conversas da treta! Daqueles que comem com os olhos e os restos deitam pró chão...
São ocupas de tempo e de espaço, fazem apenas parte da multidão, multidão essa que se atropela aos molhos...e não passam de mais restos, porque tudo o que está a mais ou sobra são restos,ou não?!
Estou farta de tropeçar! Estou farta que me atropelem! E estou farta de ficar no chão...como os restos, como o resto! Porque também sou parte do resto, afinal, e também já não presto.
A verdade é que já não me aturo, já não tenho paciência por me deixarem no chão, por ter de empurrar também...por não sonhar mais, como os olhos que brilham sem ter qualquer razão, mas que também não procuram qualquer motivo para serem assim.
E ando triste...e sou resto junto contigo, tão desprezível e sobrante quanto tu!
Já não olho para o céu e para o infinito, mas para o chão e para o abismo.
Assemelhas-te aos que rastejam, e vives sendo pisado ou a pisar, e o chão continua a ser onde vives, para onde olhas, com olhos vazios e apagados...apenas olhas para o chão!
E segues sem olhar para trás. Continuas no chão, de olhos cravados e fixos, com nuances de raiva e arrogância e cataratas de ciúme e desconfiança que te vão cegando...sim,pouco a pouco vais cegando, e só vês aquilo que todos vêem, e és apenas mais alguém que não é ninguém...uma mente corrupta e corrompida...um adulto!
Agora, deixas que te cortem as asas? Tens a certeza que queres ser mais um adulto que tenho vontade de esmagar, de espezinhar??!
Pensa bem!...ou não penses, gasta antes energias a fazer algo que não seja "coisa de adulto", porque só somos restos porque muitas vezes nos dá jeito!

sábado, outubro 18, 2008

Procurando o meu rasto...

18/Out/2008 19:25

Encontro-me nestes montes. Nestes montes me encontro. E é para eles que escrevo, e em nome deles escrevo para as minhas memórias.
Não vivo sem cá voltar. Pode tudo perder o sentido, nada mais ter significado, ficar vazia...mas estes contrastes de cor, estes intemporais outonos ficam para sempre. São pedaços de Terra, são pedaços de gente, são restos da minha alma! Não são de ninguém, e ao mesmo tempo são de toda a gente. Pertencem ao mundo, mas são Terra de ninguém.
Terra, elemento de vida! Imanam sabores, cores, cheiros...cheira a velho e cheira a fumo...rastos humanos, na passagem do tempo, pela Terra.
Fico sem palavras. Apenas saboreio e deixo-me levar. Procuro tudo onde não há nada...encho-me com estes olhos "que a Terra há-de comer"!
Passa o Vento pelos pinheiros e o Sol duro e quente faz estalar as pinhas e traz aquele arome verde, aquele cheiro que eu amo...aqui consigo respirar fundo, viver um pouco. Apanharia a sua essência se me deixassem e guardaria esse rasto de mim, essa pequena parte daquilo que amo. Mas também não quero levar algo que não é meu, que é de ninguém. Assim sei sempre onde a encontrar...essa essência, essa Terra que é parte de mim!
Então deixo-a ficar. E continuo a olhar, a sentir. Remeniscências daquilo que fui, e deixo-me ficar. Permaneço tranquila e inerte. Deixo-me absorver pelo espaço e pelo momento. A brisa suave acompanha-me neste processo e leva-me para longe, leva-me até às memórias...
Mas eu continuo ali. Eu e os pinheiros! Eu e as sombras! Eu e os cheiros! Eu e os montes! Sozinha... deslumbrada... alienada... esquecida... Só eu, e esta Terra! Doi-me a alma! Doi-me eu estar aqui...sozinha. Voltar a um pedaço de Terra onde fui tudo. E agora estou aqui porque reconheço esta força, esta serenidade. Sinto esta envolvência que me chama, e procuro o meu rasto! O meu rasto, uma identificação. Agarro-me ao passado com sede no futuro.
Não faço perguntas, apenas tento encontrar-me. Ver estes pinheiros, sentir esta brisa, recorda-me a vida, recorda-me o que é viver com serenidade...

Bragança, 17 Outubro 2008...(sick...but strong enough)